Review: "Destinos Divididos", de Veronica Roth

01/10/2019

Editora: HarperCollins

Autor: Veronica Roth

Edição: 1

Número de páginas: 440

Sobre a autora

Veronica Roth nasceu em Nova Iorque, a 19 de agosto de 1988. Nos seus tempos de faculdade, escreveu "Divergente", a sua primeira publicação, iniciando a coleção que lhe valeu uma série de prémios literários muito conceituados.

O livro

Olá a todos!! :)

Já há algum tempo que queria ler a continuação de "Gravar as Marcas", o livro que, ao mesmo tempo, fecha esta duologia da autora de "Divergente" (já sabem o quanto gostei da coleção!).

Neste volume, os destinos de Cyra e Akos podem mudar de uma forma absolutamente inesperada... Os povos Thuvesit e Shotet continuam em conflito, duas metades verdadeiramente opostas do mesmo planeta. Só que, agora, a animosidade eleva-se ao expoente máximo: a guerra.

Numa viagem por este rico sistema estrelar cuja população detém dons provenientes da força da corrente que envolve os planetas (funcionam como uma espécie de poderes especiais), acompahamos mais personangens do que antes: não só Cyra e Akos (que se debatem ainda com o regresso do alegadamente morto Lazmet Noavek, o sanguinário líder dos Shotet que semeou o terror no seu território), mas também o lado da líder de Thuve, Isae, que está disposta a destruir o povo Shotet para vingar a morte da irmã. E, quando a própria Assembleia do sistema de planetas se intromete para atiçar a fera, só podemos esperar um conflito verdadeiramente destrutivo.

O primeiro ponto que tenho a louvar é a criatividade de Veronica Roth... Ela criou todo um mundo novo, um conjuntos deles até, nao se esquecendo dos lugares, floras, provérbios, formas de pensar e sentir... Enfim, toda uma cultura de traços únicos e demarcados. Até a língua e as sonoridades são cuidadosamente pensadas!

Em particular, ela tem um talento imenso na forma de usar o mundo para construir as personagens. Sim, porque, afinal, não somos muito mais do que o produto do nosso mundo, das circunstâncias que nos rodeiam e acabam por moldar. Nesta história, cada dom corrente se relaciona com as personalidades das personages e restringe ou incentiva as suas ações e sentimentos.

Com isto, vem um inconveniente... Infelizmente o mundo em si torna-se por vezes um problema, porque é infinitamente difícil de visualizar. E foi isso que prejudicou uma boa parte da leitura. Porque, se não conseguimos perceber o modo como as coisas efetivamente são (a não ser as regras e mecanismos) acabamos por nos perder. Se não vemos os espaços, raramente somos capazes de nos envolver totalmente. Mesmo que a execução de quse todos os outros parâmetros esteja perfeitamente delineada.

Ao mesmo tempo, e ainda que a construção das personagens seja feita aos poucos e aliada a um bom progresso e a significados consistentes, percebemos que o exagero nos detalhes pode, por vezes, assoberbar o leitor e deixá-lo a boiar no meio de cenários que podem parecer estranhamente impossíveis.

Apesar disso, a perspetiva interna e pessoal (no interior da cabeça de cada personagem) leva-nos a uma história que não é talhada para ser épica, mas sim para existir como uma história de pessoas. Entre pessoas. Para pessoas.

Boas leituras!! ;)