Review: "Eragon", de Christopher Paolini

22/04/2020



Editora: 1001 Mundos (Leya)

Autor: Christopher Paolini

Edição: 15

Número de páginas: 592



Sobre o autor

Tendo vivido a maior parte da sua infância em Paradyse Valley, Montana, Christopher experienciou realmente muito daquilo que se veio a tornar o cenário de Eragon, o primeiro livro da sua coleção de sucesso ("Ciclo da Herança") e que foi inicialmente publicado em edição de autor.



O livro

Olá a todos!! :)

Depois de 600 páginas de leitura, apresento-me verdadeiramente orgulhoso. Ufa! Inteirinho! A leitura até foi rápida (bem menos de uma semana!), por isso acho que o posso considerar uma vitória. Contudo, tive de fazer uma pausa antes de avançar para qualquer outro livro...

Esta é a história de Eragon, um rapaz de 15 anos que acredita não passar de um camponês. Numa das suas viagens em busca de alimento, Eragon encontra uma pedra muito estranha... Uma pedra que começa a tremer e se quebra subitamente para que dela possa sair uma cria de dragão.

A partir deste momento, a vida de Eragon nunca mais volta à normalidade. As pessoas com quem sempre viveu desaparecem de uma forma ou de outra e o rapaz, que descobre ser um Cavaleiro do Dragão, vê-se forçado a sair do seu lugar e iniciar uma viagem pelo mundo da fantasia.

Credo! Taaaaantas páginas para uma história simples e que poderia ter sido tão mais curta e fácil de ler. Claramente, Paolini não tinha o dom da síntese quando escreveu este livro. Muitos cortes de conteúdo poderiam ter sido feitos em favor de uma história mais impactante e apelativa.

A verdade é que, em grande parte do tempo, esta viagem quase parece uma aventura sem rumo. Eragon e o homem que o acompanha seguem caminho, envolvem-se numa luta, caminham, lutam, caminham, lutam, caminham... Enfim, durante toda a leitura sinto que me falta algo, uma conexão, um propósito forte. E o pior é que, quase sempre, Eragon acaba esgotado ou desmaiado. Não estou a exagerar, ele desmaia umas 10 vezes ao longo da história! E isto acaba por minar totalmente o ritmo.

Ao mesmo tempo, a criatividade deixa realmente a desejar. Quando Paolini escreveu este livro, tinha cerca de 16 anos e era um apaixonado por fantasia. Talvez por isso tenha feito de Eragon uma fusão de várias ideias, seres e objetos vindos de clássicos da fantasia. Algumas coisas ainda me pareceram novidade, mas estou quase certo de que isso é por não ter lido alguns destes clássicos. E a verdade é que o autor não chega a juntá-los de forma muito diferente ou a combiná-los com particular originalidade.

As personagens vão-nos fazendo seguir a história, pelo menos no que toca a Eragon e ao algo misterioso Brom. Apesar disso, as personagens não são particularmente cativantes, nem sequer parecem ter uma personalidade própria. Maioritariamente são muito apagadas, pelo que não dificilmente encontramos fatores que as distingam ou façam delas pessoas reais.

Finalmente, vem a escrita, o elemento deste livro que ajudou a salvar uma estrela da classificação. Sim, porque, apesar de os diálogos não serem nada realistas ou fluidos, foram várias as ocasiões em que li uma descrição de Paolini e gostei genuinamente da forma como ele a formulou. Por vezes, ele conjuga as palavras de uma forma tão bonita que nos fica no palato. Pena que não foram assim tantas vezes.

Seja como for, se estás à procura de uma grande aventura e não tens muita bagagem anterior de livros fantásticos, então talvez esta seja uma boa leitura para ti! Foi maioritariamente por estes leitores que a história se propagou, tornando-se um best-seller. Pode ser que o venhas a classificar com 5 estrelas, quem sabe... Eu fico-me pelas 2!

Boas leituras!! ;)


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