O livro

Olá a todos!! :)

Eu cometi um erro, tenho de admitir... Pois é, já devem adivinhar qual. Ler um livro tão denso a seguir a uma época de exames particularmente pesada. Mas sobrevivi, atenção. Fui capaz de terminar a leitura. (Yey!! :P)

Mas a verdade é que não aproveitei a leitura ao máximo. Não fui capaz de me deter nas várias explicações e pensar realmente sobre elas. Ou então absorver toda a informação que vai surgindo ao longo dos vários capítulos, por muito que quisesse. Daí que esta opinião também não vá ser muito detalhada.

Para quem não sabe, os EUA é um dos países industrializados mais desigual no planeta. A riqueza está concentrada no 1% da população que consegue determinar o curso dos restantes 99%. Tratava-se já de uma tendência, mas a crise recessiva evidenciou o largo fosso existente. E é sobre isso que Stiglitz se debruça ao longo deste livro.

Ora bem, vamos por partes... O autor sabe manter a narração no livro, o que é importante no meio de tantos tópicos pesados. E, mais ainda, é capaz de ir explicando os vários conceitos menos conhecidos (por vezes repetidamente). Contudo, para alguém que não tenha grandes conhecimentos económicos, pode ser verdadeiramente complicado acompanhar sem um conjunto valioso de bases.

Seja como for, é interessante perceber a visão sustentada do autor no que toca aos fatores que estão na origem da desigualdade dos EUA. E o melhor é que Stiglitz não se limita a apontar o dedo e avança com soluções e políticas capazes de produzirem efeitos melhores do que aquelas que foram levadas (ou não) a cabo.

Contudo, é de frisar que o foco do livro são os EUA e não a generalidade do ocidente (também porque as economias apresentam bastantes diferenças, e porque o objetivo do livro era explorar a situação concreta desta potência dividida). Apesar disso, existe uma parte na segunda metade em que se exploram casos internacionais como a China e o Japão, embora sempre com a intenção de transpor conclusões para a situação americana.

Por falar em partes, a estrutura poderia ter sido melhor conseguida. Talvez não o esqueleto de partes em si (que, porém, foram algo desiguais em tamanho e profundidade de exploração), mas, acima de tudo, o modo como a informação era apresentada de forma, por vezes, desorganizada. Apresentam-se argumentos iniciais com base em explicações que surgirão umas páginas depois e chegam-se a repetir os mesmos pontos e posições repetidamente, deixando-nos com a sensação de que estamos a andar em círculos.

Em qualquer uma das partes, contudo, temos acesso à exploração de diversos outros artigos e livros que o autor leu e usou para construir a sua visão e/ou fundamentação. Existem mesmo capítulos escritos quase em coautoria com outras pessoas. E isto indica-nos que, realmente, referências não faltam. E que estamos a falar, por vezes, de uma escrita catedrática e nem sempre a de um livro para o público.

Seja como for, se se interessam por livros deste género, avancem! :) Eu não fiquei 100% fã, mas não nego que tenho mais conhecimentos económicos e mesmo acerca do contexto americano. Ah, e deixo só o aviso de que se tocam em posições políticas e nem sempre puramente económicas... ;)

Boas leituras!! ;)